Wednesday, 27 June 2012
Eu te amo
Não porque é fácil ou porque deva ser. Nem porque é difícil. E não deve ser. Não tem nada de simples no amor. Mas eu te amo. Todos os dias, eu te amo.
Te amo no óbvio e complexo da vigília matinal, quando tudo é ainda confabulações de um futuro distante. Somos ganhadores da próxima loteria, vencedores de Nobel, tutores legais de todos os órfãos abandonados, distribuidores da riqueza e felicidade através da nação. Amo seu idealismo. Amo que você permita o meu.
Lemos o jornal e, com café, acordamos. Amo que você discorda de mim, em praticamente tudo: futebol, política, religião. Tudo é tão mais vivo e interessante. Você me escuta e eu, te escuto as vezes. Estou aprendendo a escutar. E te amo ainda mais por ter a paciência de me ensinar.
Te amo depois, na indecisão daquele que já é feliz em agradar. Os dias com você sempre passam mais depressa. Confesso que é apocalíptico: teria eu a noção de menos-vida por estar ao seu lado? - Como sou boba, penso sempre a seguir: não é a duração, e sim a intensidade do momento, que o torna inesquecível, especial. Concorda? E os que tenho com você são sempre os mais memoráveis. Não importa se é aquela manhã de dolce fa niente totalis em casa ou até mesmo aquelas conversas de horas no telefone, permeadas por silêncios, nós dois concentrados em alguma coisa, mas ambos curtindo a companhia um do outro, pelo telefone. São os meus momentos. Os nossos momentos.
Chega a noite. Sua novelice, que me irrita demasiado, é amada, assim como a cozinha em padrões de laboratório de microbiologia - e todas as idiossincrasias que o pacote traz. É um pacote fabuloso. A pizza, o fogão usado como armário, tudo é parte de um processo. E eu entendo. Mais que isso: amo o pacote. Todo ele.
Na correria quadrada do cumprimento de planos e metas, na rigidez da inflexibilidade, te amo também. A idade corrói o ferro. Mas bobo é aquele que não sabe solda de ferrugem. Estabilidade se conquista. Soldar é arte que está em baixa no mercado. Estruturas articuladas tem seu charme, mas já vimos muitas desabarem ao nosso redor. Prefiro minha ponte. Solida, soldada, estável, amada. Essa ponte é meu caminho até a sensibilidade que nunca tinha antes alcançado, até uma vida de possibilidades que até então só imaginava. Minha ponte para o amor.
Sei que as palavras te faltam. E em mim sempre sobraram. E eu te amo por isso. Não por ouvir minhas palavras. Ou por as vezes deixar eu forçar as suas. Te amo por guardar silêncios para mim; me ensinar a te-los. E principalmente, amo cada palavra sua: mesmo as que você nunca disse (e nem nunca vai dizer).
Amo tudo. Todo você. Não tem fio de cabelo seu (por mais bizarro lugar que possa aparecer) que eu não ame. Seu sorriso é sensacional. Me faz sorrir só de pensar nele. Amo como você me abraça, como faz parecer que tudo sempre vai ficar bem. Seu cabelo é lindo.
Amo seu coração. Nunca conheci alguém tão bom. Com tanta bondade e riqueza de caráter. Você me inspira. Amo te amar. Amo que você também me ama.
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