Tuesday, 14 December 2010

When you lose perspective


Imagine that you have to make a choice. The choice is simple. It is between something right and something wrong. Standing up for something you believe in against someone or something that threatens it. It is, after all, a pretty obvious choice, am I right? Well, not really. Choice making is never easy; intentions that are paving the roads to hell and heaven are the same. One misstep and you end up going way under to where you thought you would end up retiring to. 

Then, you ask me, how do we deal with such a complex and ominous reality? When do we make a stand? And where should we stand? I, like many of you, have to confess that am still figuring it all out. Probably, it will be an eternally ongoing life project. One that will cost me sweat, tears and blood. But one that I am never going to walk away from.

I had a recent experience that may have cost me more that I was willing to pay. True friendships are hard to come by. Perhaps I handled it the wrong way - no, I am sure I handled it the wrong way. But throughout it all, when all was said and done, I stood by what I believed in. I would have stood by my friend as well, but this friend had enough already. It's only fair. We decide what is enough for us in life and when is time to walk away. This power, dearest, no one can take away from you.

Missteps and mishaps later, I sat down with the threat, one of the most beloved persons to me. It would be so easy to take sides if sides weren't held by the people I adore the most in life. And we are all so right. And oh, all so wrong. Because I am selfish. And she is hurtful. And which came first, the egg or the chicken? But don't they love each other in the end? They do when I tell the story.

Saturday, 11 December 2010

Do ba dee

Do ba deeh
Do ba daahh
Ba do deeh
Dee bah doow
Baa daahh
Tchuuuuhh...

For meaning is its own. And there is always a meaning, even if you don't see it yet. You will. Or you won't. That doesn’t change the unequivocally transcendental fact that it is there. And almost everyone knows it - but almost noone sees it: and therein lays the difference. Perspective: such a silly thing....


Disponibilidade Sócio-emocional

Esquecer outro em alguém é uma das piores coisas que se pode fazer. Não só com você, mas com a pobre da pessoa com quem você se dispôs a sair. Afinal, partirmos do princípio, quando saimos com alguém, que esta pessoa está emocionalmente disponível. Estamos compartilhando não só nosso tempo com o outro, estamos compartilhando um pouco da gente. E descobrir que estamos nos doando, doando o que faz nossos pulsos pulsarem, para alguém que não tem e provavelmente não terá um mínimo de reciprocidade - já que não está emocionalmente disponível - é triste. Faz doer o meu coração.

Sunday, 5 December 2010

The dream dreamed

There is a time for everything in life. There is a time to laugh, a time to mourn. A time for grief, a time for sorrow, a time for pain, a time for joy, a time for love. And time for happiness. Oh, the time for happiness - that one should be squeezed in our overbooked schedules every single minute of every single day. But it's not. There is no time for happiness anymore.

I came to learn after a while that timing is everything in life. Yes, it's true. Napoleon said that he created the circumstances. Perhaps that's doable in war, but not in life, not in love. Forcing circumstances on people that aren't ready could actually ruin forever the chance for a timed-coming-together. Or you can be forever ready, waiting for your other half - like Bartram waited for Henry James' Mercher - and still never come together. What a dreadful but still way too common ending. Then send in the clowns. Because there must be clowns with such a Broadway scene.

The complexity of the "two-halves" theory is that, you too may wait forever in the jungle for the beast. It might never come. You, like Mercher, might not be ready yet. You are condemned while also condemning your other half to the same lonely fate. Timing.

I know that I am sufficient on my own. But there are many things time has taught me over the years. It taught me that wounds heal and scars are there to remind us of the trap, not of the pain. It taught me that the best moments are the ones we share with the ones we love. I see that kind of love. I want it. I don't know if my timing has always been a little off. Or if I played Mercher all along. I just know that I dreamed the dream for so long, that now I wouldn't know how to live without it. I don't know if I would want to. 




...when I was young and unafraid...


I don't want to be sufficient anymore. I don't want to be just functional. If waiting is what I have to do, then I'll do it: I'll be patient for the right timing. But damn if I won't be every bit as happy as I can while I'm waiting. I might even look over my shoulders from time to time, trying to anticipate the moment - I'm only human. But I won't let this quest be the core of my existence, won't let it consume what's left of me. I'm not on a safari hunt. I don't want to be in one. I want the beast, alright. But what time has taught me, especially through books, is that this fulfillment comes from waiting for the beast to come to me, not hunting the beast down.

And so I wait. Because there is nothing left for me to do, but wait.



No tocante às relações humanas, parte 1

Em relação a pessoas, existem as de dois tipos. Sim, sou do tipo que classifica. Não de imediato - pelo menos eu tento não ser tão imediatista quanto os meus sentidos às vezes me impulsionam a ser. Detenho-me no que considero relevante: ou elas me tocam, ou não. E só estou interessada na primeira categoria.

Em qualquer esfera de relacionamento, pessoas que te tocam são aquelas que te acrescentam algo mais - de você mesmo. É muito fácil você encontrar alguém que te acrescente um pouco de informação, cultura, divertimento. Pessoas queridas até, com quem você partilha a maior parte de sua vida - professores, colegas, amigos, parentes. Mas essas pessoas das quais eu falo te dão um pouco mais: elas te dão você, uma parte sua que nem você sabia que estava lá. Essas sim são pessoas iluminadas.

Thursday, 2 December 2010

Comfortably Numb

O sentimento de familiaridade me traz conforto. Aqueles corredores, abarrotados de pacientes, gente sofrendo, sangrando, me traz conforto. Não me leve a mal, eu sou humana. Passo por uma vovó em pele e osso, fraca, encostada na parede. E meu coração dói.

Por um momento vacilo e me lembro da fragilidade humana. Me lembro que não é uma barriga, um tumor de cólon, uma vesícula inflamada. É um corpo tremendo à noite, contra uma parede gelada, em uma emergência fria. Mas nunca será indiferença.

Com uma convicção que não se tem às 3 da manhã, checo o acesso dela. Sim, está pérvio. E ela está aquecida. Vou até a sala de prescrição, revejo o prontuário dela e busco no balcão da enfermagem a prescrição. Satisfatório - pelo menos a parte que está legível. Ajusto mais uma vez o travesseiro dela e me dirijo ao estar médico. É o que eu, acadêmica, posso fazer por ela esta hora da madrugada, me convenço. E tem que ser o suficiente. Já não me torturo mais. Pelo menos não tanto.

Antes de atravessar a porta, me detenho por uma fração de segundo, olho por cima do ombro e vejo a vovó. Sorrio empanzinada. Meus olhos passeiam mais uma vez pelo familiar corredor, confortavelmente familiar. Então vejo os doentes em macas espalhadas nos corredores, como a vovó. Esquecidos e calados como as horas das madrugadas que tantas alegrias me trazem. E seus acompanhantes, amontoados aos cantos, mostram a angustia da desinformação e desgaste mesmo em sonho. Meu sorriso torna-se uma careta de um não-sei-o-quê com alguma-coisa-mais.

Aquela madrugada arrastada já estava indo embora, levando meu familiar conforto junto com ela.

O segundo se passou. Olhei para a vovó mais uma vez e fui dormir.

Quem sabe num próximo plantão.